terça-feira, 20 de novembro de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Palavras leva-as o vento.Abraços não.

As saudades que sinto são apenas vestígios de uma lembrança de algo que nunca aconteceu.
Também sucede o mesmo contigo? Querer transmitir o que sentes...sem saber o que sentes?!
Porque antes era fácil. Eu sabia qual era a minha dor. E foi dela que me afastei e gozei de uma pseudo felicidade durantes largos meses, confiante de que te tinha enfiado num buraco qualquer (apercebo-me agora que fui eu quem caiu num...).
Hoje pego num qualquer sentimento de tristeza e acaricio-o gentilmente. Quero que cresça saudável e forte até ser capaz de me provocar lágrimas e soluços intermináveis. Até dar por mim arrastada nessa corrente...
Se há em mim uma vontade de NÃO EXISTÊNCIA, não sei a que se deve. O meu desejo não é o de morrer intencionalmente, nada disso. Gostava simplesmente de saber como é NÃO SER. Talvez para poder voltar a sentir a vontade de EXISTIR.

É que ultimamente...sou um imenso buraco negro e apenas preciso de me transformar numa chuva torrencial para ser feliz.
Lavar todos os recantos sórdidos do que alguma vez fui.
Limpar o pó daquilo que alguma vez senti.
Deixar o SER imaculado outra vez. Para poder SOFRER outra vez.
Ser ignorante de novo. Para ter a audácia de me deitar na terra molhada e não ter medo de me sentir suja.


Como adoro o cheiro a terra molhada...faz-me sentir como a pequena partícula que sou de facto
(nunca nada me foi tão impossível como tu)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Uff...

Sim, a vida é linda. E depois?! Não sei bem o que fazer com ela neste momento. É grande demais, como um deserto, e estou perdida. A única coisa que posso fazer para sobreviver é beber a água salgada que me escorre para a boca. Eu produzo-a e sobrevivo à sua conta…

Tapei os ouvidos e os olhos, mas não consigo fechar a boca…o sabor que me escorre pela garganta é demasiado amargo. Franzo a testa, faço cara feia. Jogo a mão à boca e limpo o sabor do meu espanto com força e insistência.
Tenho de fazer algo urgentemente para alterar o rumo desta rota...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

- Desculpa…entrou-me algo na vista…
- O quê?!
- Uma vontade de chorar…

na mina


sábado, 28 de julho de 2007

segunda-feira, 11 de junho de 2007

...

Sou cada palavra
Cada gesto
Cada “não olhar”
Cada lágrima perdida
Cada néscia piada
Cada pedalada
Cada postura
Cada teimosia
Cada contrariedade
Cada incoerência
Inconsistência.
Riso
Cansaço
Noite mal dormida
Oito horas de sono.
Sou cada hiato
Toda a merda que escrevo.
O lago
Mas também o nenúfar
E porque não a rã?!
Cada célula minha pertence a qualquer ser que não eu.
E tenho uma célula de cada criatura no bolso!
Sou cada ausência
O nada prolongado ao mais infinito
O infinitamente nulo
O desejo de ser tudo e todos
De estar e acontecer
Ser e estar!
O vento incómodo
Inconveniente
Brusco.
A corrente
O salto
As garras que não me tocaram!
A desova do salmão, precisamente ali…onde nem devia existir rio.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Flores...

Que o amor estupidifica já todos nós sabemos. Mas será necessário que nos tolde tanto os sentidos? Que fiquemos quase incapacitados de racionalizar? Ou que, por outro lado, e em determinadas circunstâncias, racionalizemos demasiado?
Olhar para as nossas próprias vísceras, ter sonhos húmidos e concretizá-los!
Ou nascer sem sexo e viver apenas de conceitos como o amor, a amizade? Chorar as mágoas de passados longínquos dia após dia e viver de joelhos, rezando por uma vida repleta de amor…saúde…paz? Viver assim, numa expectativa de um futuro melhor, perdidos num mar odioso de passado salgado, para quê?
De joelhos em sangue…ou a cuspir sal. É como anda meio mundo!

Paisagens áridas. Desertos da Namíbia. Se encontramos uma pequena flor amarela aqui, escondida atrás de um calhau qualquer, ficamos a admirá-la durante minutos que nos parecem horas, enlevados pela sua beleza, vivacidade e até pelo seu sentido de oportunidade!
Bastar-nos a existência dessa flor. Bastarmo-nos assim todos.
Ser o vazio estéril para sempre ou a flor prodígio durante alguns instantes aos olhos de um, apenas UM ser vivo!
Qual escolhes ser?

domingo, 27 de maio de 2007

Ida à feira


E então…tudo se resume a isto: gostaria de ter a força para desistir. Deixar-me ir nesse carrossel e soltar as mãos na descida gritando a plenos pulmões! Orgulhosamente presa às minhas ideias é-me impossível fazê-lo. Até nas entrelinhas do que escrevo existem mentiras. Até nas entrelinhas do que cogito existem falhas. Até nos espaços do que digo existem abismos onde, ao fundo, está tudo aquilo que sinto.
E aí, on the edge, estou eu, a olhar para baixo com um olhar incrédulo a questionar tudo aquilo que tenho em mim.
Estou neste roller coaster desde sempre…mas a seguir a uma descida abrupta surge sempre uma subida fantástica em que, primeiro, o céu se abre num azul maravilhoso até me encontrar no que julgo ser o ponto mais alto jamais alcançado até ao momento da minha existência…Às vezes penso que seria bom nivelar as coisas. Outras vezes penso que adoro esta montanha russa e seria incapaz de sair desta diversão para entrar noutra mais monótona.

(…)



Levito. Olho para cima e vejo que estou agarrada a um balão. Um vulgar balão de feira. E levito harmoniosamente por entre as nuvens de um céu espantosamente azul e fresco. Tudo é lindo visto daqui. Avisto-te e pareces assustado. Compreendo o teu olhar: tens medo que eu largue o balão que seguro de ânimo leve. Tens razão: seria tão fácil largá-lo sem pensar nas consequências…largá-lo e finalmente encontrar as respostas para as minhas dúvidas. Soltá-lo e esquecer tudo o que está aí em baixo. Seria deliciosamente fácil desmaiar para uma outra existência. Onde as barreiras do positivo e negativo se esbatessem e tudo fosse inexplicavelmente neutro. O neutro pode ser tão bom às vezes…

As coisas são o que são. Preto no branco! - grita uma parte de mim! Mas a minha metade mais translúcida diz que não…que existem tons pastel e ópticas mais desfocadas para ver a mesma realidade. E nunca, nunca sei por qual destas lentes olhar, sentir…viver!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Conquistas...

Um amigo meu dizia-me há alguns anos atrás, entre alarvidades várias e duas imperiais, que já não tinha idade para andar “atrás de rapariga nenhuma”. Elas que viessem ter com ele para um primeiro approach, que depois seria apenas ‘escolher’ entre as várias opções que se lhe deparassem…Naquela altura não compreendi muito bem aquela postura. Quem raio se limita a escolher entre as opções que vêm ‘bater à porta’?! Então o leque de opções não se alarga até perto do infinito quando colocamos lá também todos quantos consideramos atraentes/ desejáveis/ interessantes/ engraçados/ inteligentes/ etc e tal??? Lutarmos pelo que queremos de facto, não é tão bonito? De repente sentimo-nos donos de uma força considerável. O poder para ganhar pequenas batalhas…o poder da Conquista, no sentido literal do termo! E cada pequena batalha ganha sabe-nos quase tão bem como pedalar uma tarde inteira, melhor do que uma noite mal aproveitada em frente ao computador, melhor do que qualquer coisa pela qual, de facto, não valha a pena desperdiçar o nosso (precioso?) tempo…
Como é bom o prazer de lutar por algo que se quer e regozijarmo-nos com o fruto da nossa perseverança! Even if it lasts just a bit…Não é?!

- Pergunto-me em que momento exacto abandonei esta forma de pensar tão pro-activa.

Desisti por ora, de colocar tabuletas a indicar a direcção do meu caminho…agora limito-me a ver as tabuletas mais ou menos apelativas que os outros colocam nos seus trilhos de acesso. A um terço dos trilhos pelos quais decido ir dar uma olhadela desisto de prosseguir. Dou-me conta de que me estou a afastar da minha main road, que a cada dia está mais repleta de tudo aquilo que me traz segurança e conforto…Eu dito regras, códigos e leis! Eu quero, posso e mando! Eu faço o que quero, com quem quero, quando quero, onde quero. Eu não dou satisfações a ninguém! Eu sou proprietária, majestade, tudo o que eu quiser às horas que me apetecer! Tudo à minha maneira! Tudo meu! Eu mando e tenho sempre razão! Eu pedalo e escrevo! Escrevo e pedalo! Eu penso demasiado! Eu! Eu! Eu!
Uff…(cansa não cansa?)

E o que fazer a todas as emoções que faltam viver, que estão por sentir bem no centro do peito? Todas essas são as que importam verdadeiramente porque são as que vibram com mais intensidade neste momento. Sempre o futuro e passado a ecoarem em vibrações contínuas na minha mente…passado e futuro over and over again. O aqui e agora nem chega a um micro-segundo. O que fazer com o resto do meu tempo? Desperdiçá-lo parece, ainda, ser a melhor opção nos dias que correm. Para quê tornar o tempo proveitoso se podemos gastá-lo como nos der na real gana?! Minutos, segundos, horas, anos…pouco importa que nome damos a essas fracções ridículas de partículas temporais. O que importa mesmo é o que fazemos com elas!
Sentimentos baços e respostas inconclusivas são tudo aquilo que não quero.
Quero claridade, pureza. Ideias concretizáveis. Genuinidade e Honestidade se fazem favor. Em doses bem servidas, que estou a pagar as quotas há 29 anos, e bem!

Porque raio continuamos a dar tanta importância às palavras?!
Que merda…sempre este mar revolto da incerteza.
Bah!Que se fodam os mares calmos...gosto de tempestades!
...e quero tudo excepto a normalidade aparente das coisas.