Passei por ti quase a correr. Minto: estava a correr.
Por cima da minha cabeça o jornal triste, molhado, fruto da intempérie...Eu em passadas largas que se transformaram num saltarinhar pelas poças remanescentes da madrugada. Apressada ou não...lá ia eu. Debaixo do braço "la baguette" ainda quente a aquecer-me o braço e o peito... e arrepia-me um pouco este contraste. É frio este começo de dia.
Passei por ti alegre ainda assim, com um sorriso nos lábios, e cabelos molhados, feliz desta chuva purificante que cai...alheia aos ecos de uma cidade já inquieta.
Passei por ti e abrandei o passo logo em seguida. Um carro que passa...
Atravesso a rua...Observas-me desde que nos cruzámos mas
(...)
Não te vi.