Foi uma Primavera diferente de todas as outras.
Gosto de cada centímetro dela.
Absorvi-a com todas as minhas células. Ou seja: absorvi cada centímetro que ela me permitiu. Mas cada respirar foi intenso e vibrante em Mim! Mesmo que a primavera não se tenha mostrado por inteiro, vivi-a como tinha de o fazer: com todas as minhas células! (Mesmo que elas fossem apanhadas de surpresa, ou principalmente por isso...)
Foi maravilhoso descobrir que esta capacidade ainda existe em mim.
(Independentemente de a Primavera não se apresentar por inteiro)
Os seus aromas de um sul longínquo inebriaram-me instantaneamente. A forma como me tocou, primeiro com cuidado, e depois, com mais cuidado ainda, faz-me ainda hoje abrir um sorriso maravilhoso só de recordá-lo. Os meus dentes sobrevêm num sorriso aberto que me enche o peito de alegria.
Como é maravilhoso entregarmo-nos assim, autênticas tabulas rasas da dor.
(Independentemente da Primavera se apresentar pela metade)
Cada instante foi autêntico. Puro e ingénuo. A crença. O presente, sem futuros incertos, e principalmente, sem passados impeditivos ou constrangedores.
Foi deste modo que me entreguei a ela. Como uma criança.
Mesmo que ela se tenha apresentado apenas por breves instantes.