quinta-feira, 12 de agosto de 2010

É sempre difícil começar. Começar do zero, começar de novo.
Primeiro é preciso saber o que fazer contigo, com esta memória que (ainda) me atormenta por vezes...Não posso jogar-te para o fundo da gaveta assim, como se fosses uma peça de roupa com valor sentimental, mas que já não uso...És tudo menos isso.
Preciso que fiques por aqui, à mão, para recordar todos os teus defeitos. Se te arquivo começam a vir ao de cima as memórias boas.

A memória tem destas coisas...é lixado. Nem sempre compreendemos o modo como funciona, mas estou certa de que trabalha sempre a nosso favor.

Tenho-te aqui ao lado do computador, como uma maçã, na qual vou dando dentadinhas sempre que sinto um vazio no estômago. Hei de te acabar um dia e arrotar-te por fim...

Tenho-te aqui ao lado do computador, como uma maçã que deixo secar lentamente...
olho para ti de soslaio, every now and then, só para me assegurar de que não te moves, aí onde te tenho, e que definhas, assim como as lembranças podres que produziste. Não serás mais que uma nódoa escura.
Tenho-te aqui ao lado...como uma maçã que agarro repentinamente e jogo contra a parede num impulso violento! Estou farta de te ver aqui, farta de esperar que seques, farta de esperar que te consumas, farta de consumir os teus pecados aos poucos, farta de pensar que o tempo é isto: um suceder de memórias e nunca, NUNCA vai passar disso.
Porque não nos alimentamos do presente?

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