A cada pequena morte, um renascer.
(...)
Vejo-te ao longe e já não te reconheço.
Transfigurastes-te. É uma coisa boa, e alivia-me saber que, quem me fez sentir especial, já não existe: esfumou-se. Evaporou de repente!
Assim sendo, a memória de algo maior, torna-se uma ilusão. Uma memória falsa. Um "holograma de memória", visível apenas num espelho antigo.
São assim as nossas memórias. Ténues. Muito finas, como um tecido prestes a romper.
Se tudo não passou de um sonho, o que faço ainda aqui? A remoer.
Inquieta.
Já não sinto os teus lábios nos meus e penso se alguma vez os terei sentido realmente.
"Como é bonita a entrega!"
Houve um tempo em que achei a tristeza um mal necessário. A tristeza como minha causa/efeito pessoal. De certo modo, ainda a considero. Mas cansei-me dela.
O meu sonho último fez-me acreditar em mundos paralelos, possíveis, e passíveis de serem alcançados.
Estive em alguns por breves instantes.
Nesses mundos, digo-vos, a tristeza não faz sentido, e fiquei a pensar...
" Porque há-de fazer sentido neste? "